No dia 1º de março a ONU celebra o Dia da Discriminação Zero. A data, criada pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Unaids, em 2014, é uma oportunidade de celebrar a diversidade e rejeitar qualquer tipo de preconceito.
A discriminação é um mecanismo primário que se exerce em várias esferas da sociedade, desde o espaço doméstico, passando pela vida comunitária, chegando aos espaços de trabalho, chegando também aos espaços políticos de toma de decisão, nas legislações, no exercício da justiça.
A discriminação reproduz a injustiça social e, por outro lado, acentua, reinventa e dá força a essa mesma injustiça. A mudança de mentalidades é sempre um processo longo.
No Dia da Discriminação Zero o UNAIDS destaca a necessidade urgente de agir para acabar com as desigualdades em torno de renda, sexo, idade, estado de saúde, ocupação, deficiência, orientação sexual, uso de drogas, identidade de gênero, raça, classe, etnia e religião que continuam a persistir em todo o mundo.
A desigualdade está crescendo para mais de 70% da população global, exacerbando o risco de divisão e prejudicando o desenvolvimento econômico e social. E o COVID-19 está atingindo com mais força as pessoas mais vulneráveis - mesmo com a disponibilização de novas vacinas contra o COVID-19, há grande desigualdade no acesso a elas.
Discriminação e desigualdades estão intimamente ligadas. A intersecção de formas de discriminação, seja ela estrutural ou social, contra indivíduos e grupos pode levar a uma ampla gama de desigualdades – por exemplo, em renda, resultados educacionais, saúde e emprego. No entanto, as próprias desigualdades também podem levar ao estigma e à discriminação. É fundamental, portanto, quando se busca reduzir as desigualdades, lidar com a discriminação. Membros de populações-chave são frequentemente discriminados, estigmatizados e, em muitos casos, criminalizados e visados pela aplicação da lei.
Enfrentar as desigualdades e acabar com a discriminação é fundamental para acabar com a AIDS. O mundo está longe de cumprir o compromisso compartilhado de erradicar a AIDS até 2030, não por causa da falta de conhecimento, capacidade ou meios para vencer a AIDS, mas por causa das desigualdades estruturais que impedem soluções comprovadas na prevenção e tratamento do HIV. Por exemplo, pesquisas recentes mostram que gays e outros homens que fazem sexo com homens têm duas vezes mais chances de adquirir HIV se morarem em um país com abordagens punitivas da orientação sexual do que se viverem em um país com legislação de apoio.
Combater a desigualdade não é um compromisso novo – em 2015, todos os países se comprometeram a reduzir a desigualdade dentro e entre os países como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Mas ainda não foi cumprido pelo mundo. Além de ser fundamental para acabar com a AIDS, o combate à desigualdade também avançará os direitos humanos das pessoas que vivem com HIV, tornará as sociedades mais bem preparadas para vencer o COVID-19 e outras pandemias e apoiará a recuperação e estabilidade econômica. Cumprir a promessa de combater a desigualdade salvará milhões de vidas e beneficiará a sociedade como um todo. Para fazer isso, devemos enfrentar a discriminação em todas as suas formas.
Acabar com a desigualdade requer uma mudança transformadora. São necessários maiores esforços para erradicar a pobreza extrema e a fome, e é preciso investir mais em saúde, educação, proteção social e empregos decentes.
Os governos devem promover o crescimento social e econômico inclusivo. Eles devem eliminar leis, políticas e práticas discriminatórias para garantir oportunidades iguais e reduzir as desigualdades.
The UN first celebrated Zero Discrimination Day on March 1, 2014, after UNAIDS, a UN program on human immunodeficiency virus (HIV) and Acquired Immune Deficiency Syndrome (AIDS), launched its Zero Discrimination Campaign on World AIDS Day in December 2013.
The symbol for Zero Discrimination Day is the butterfly, widely used by people to share their stories and photos as a way to end discrimination and work towards positive transformation.
Fonte : UNAIDS / Time and Date / ONU News